domingo, 21 de fevereiro de 2010

Praia, mar, céu azul e ele.


    Ela havia se permitido ir à praia. Ela se permitiu andar descalça na areia molhada e banhar os pés na água salgada, embora tomasse banho de bica depois. Ela havia se permitido estar "bem". Ela havia se permitido estar feliz, comendo sua ginga com tapioca, sem temores e tremores. Ela havia se permitido estar com seus ombros ocupados, acobertados pelas mãos dele. Seus ombros... e as mãos dele.

Novos rumos.

    Talvez, o ''estar só'' nos provoque. Mas, é o mesmo que nos conforta, e que nos faz mais fortes. Embora passemos por um campo onde as flores estão mortas e as folhagens estejam secas, e sendo habitado apenas por bichos, no meio do caminho vem a chuva. A chuva molha a terra, umedece as folhagens e dão de beber às flores e aos bichos, além de lhes banhar. A chuva passará. Ao fim desse caminho, haverá um novo caminho. E será nesse novo caminho que o sol se fará mais presente, as flores perfumarão o campo, a terra será coberta pelo tom verde-vivo das folhagens e os bichos estarão lá. Ah! E o céu será azul... azul anil. Não haverá mais um só, haverá um sol.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Sonho.


   Eu mesma achava impossível voar sem asas. Quem imaginaria que alguém poderia voar? Como voar sem asas? E tudo o que era necessário era...um tecido. Um tecido dividido em duas partes, e preso ao teto. Um tecido que nos levasse ao alto, como se alcançássemos o céu e que nos fizesse ver as coisas como os pássaros. Um tecido que nos entrelaçasse, não nos deixasse cair e nos realizasse um sonho: o de voar. E sem ter asas, eu sei: posso voar. Eu sei, aprendo a voar...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

À primeira vista.

   Entrou quase junto dele naquele lugar. Estava ao seu lado. Ela o acompanhava, como se fosse para o mesmo lugar... mas, não ia. Quase errava o caminho. Retornou, não o esquecendo. Passaram-se horas... Estava prestes à entrar. Já sentia frios, calafrios, calores, dores, tremores. E ele entrou. O local frio tornava-se quente. Ahh,... ele! A deixava inquieta. Às vezes, olhava sorrindo, como se falasse só com ela. Ele a olhava nos olhos, como se seus olhos pudessem puxá-lo. Talvez ela o tenha desnorteado com seu olhar.  Ele a seguia com seus olhos. Parou. Voltou para o que devia fazer. Se falaram. Era como se estivessem esperando qualquer pretexto para conversarem - e ele foi até ela, sorrindo. O coração dela estava acelerado. Seus olhos não conseguiam se fixar nos olhos dele. Os olhos dele? Também não. E ali, foi o primeiro toque. O toque de suas mãos a fazia delirar. Ele a olhou nos olhos, sorriu... E foi assim, sem conseguir passar 10 segundos sem olhá-la. Até os 10 segundos atingiram horas. Foram as horas mais rápidas de sua vida. Ele estava indo embora. Ela gritou seu nome. Ele  virou, sorriu e seu olhar parecia sorrir também. Foi embora. Aparece outra vez. Passa ao seu lado olhando-a,  como se quisesse falar mas lhe faltasse a coragem e quase bate no braço dela para chamar a atenção...mas, não bate. Se encolhe e segue. Ela sorri e fica tensa. Ele atravessa a rua e desaparece, mesmo com seu carro ali. Ela o procura, e o acha. Ela não podia vê-lo, mas ele estava a observá-la. Ele entra em seu carro. Sai. E antes de virar a esquina, coloca o braço direito no banco direito do carro e vira seu pescoço de forma que seus olhos possam alcançá-la.  Assim, ele pôde ir embora.  E desde lá, ela continua sorrindo, só que não é mais para ele, mas porque encontrou ele. Logo ela, que havia se desacreditado dos príncipes encantados...