segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

2011.

     Se há algo a dizer neste exato momento, é: "Se tu lutas, tu conquistas".     Usando esse raciocínio, há uma segunda coisa a ser dita: Eu conquistarei.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Nublado.

     Era assim que estava o dia. Nublado. E nublado também estava seu coração. Seu dia e seu coração estavam em uma harmonia perfeita de desarmonia. Chuva. Finalmente, a chuva. Não meramente a chuva lá fora da casa, descarregada pelas nuvens, mas, também, a chuva de dentro, descarregada pelos olhos. Era chuva, era trovoada, era noite, estava frio, estava triste. Havia perdido tanta coisa com tão pouco tempo, que mais litros de água pareciam tocar o chão e fazer com que se perdesse, além de tudo o que já perdera anteriormente. E o peito? Ah, o peito... estava carregado de dor, de chuva, de trovoada, de raio. Peito nublado, coração chuvoso. Era tal como um vampiro, atacado por um caçador que pusera uma estaca em seu peito, o fazendo perder um vida já perdida há tempos. Ela estava tão cansada...tão, tão, tão, tão cansada, que o cansaço servia como uma cura ou como um alimento e, talvez, até como um antídoto ou algo mágico. O que sei é que, naquela noite, ela teve um sonho que mudaria sua vida para sempre. Ela sonhou que o que jurava ter perdido nunca se perdeu, só não estava tão presente visualmente. O que julgava ter perdido, estava ainda mais próximo dela, como um amuleto, ou melhor, como um anjo.  Amanheceu o dia, mesmo com toda aquela chuva. E a chuva a ajudou a adormecer outra vez. E ali estava um anjo. Ali estava o seu anjo.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Perda.

     Desta vez, não é literatura romântica, simplesmente. O que venho a escrever é mais, bem mais do que textos e palavras bonitas que revelam um amor platônico ou um amor concreto entre um homem e uma mulher ou, até mesmo, as minas famosas críticas sobre o cotidiano e sobre o mundo paralelo da fantasia e do real de cada um. Certo, é sobre amor. Mas, esse é um amor diferente. Amor amigo, amor leal, amor verdadeiro, amor concreto, ...
     Aos meus 7 anos de idade, no ano de 1999, mais precisamente, ele me veio como presente. Ele havia chegado num momento de crise, num momento necessário. As coisas não andavam bem, quem mais amava estava doente por questão da campanha política enfrentada e vieram as malditas provas de fim de ano, que não podiam ser feitas com tanta dedicação, já que estava dedicada aos problemas do momento. Mas, quando ele chegou, abrilhantou tudo. Eu e meus dois irmãos nos aproximamos dele, nos juntamos e esquecemos as mesmas mazelas que nos atormentariam durante 12 anos seguidos, sem nenhum dia de descanso.
     Passavam-se os dias e quando eu abaixava a minha cabeça por algum motivo, lá estava ele, me dando força de alguma forma, seja com as brincadeiras ou com a incrível mania de passar para mim o seu entendimento apenas pelo olhar. Sim, ele me compreendia. E com essa compreensão, foram-se passando os anos e ele foi envelhecendo, assim como eu. Eu tinha um melhor amigo, havia adotado como irmão e como meu apoio silencioso, em más épocas. Com a correria, a gente passava pouco tempo junto, mas, parecia ser o bastante para que ele nutrisse o amor que tinha por mim, assim como nutria por ele. Eu o chamava, ele vinha correndo pra perto de mim, sentava e ficávamos nos olhando por tempos. Era sempre assim, e ele nunca parecia achar ruim, muito pelo contrário, ele parecia ficar feliz só em poder estar perto, e isso me fazia um grande bem. Foi assim sempre, até que...
     Era 11 de janeiro de 2011. Não faz muito tempo, mas, parece. Ele já vinha andando fraco, sem apetite e sem algum ânimo. No outro dia, logo pela manhã, colocamos por perto a nossa Sofia, que ele tanto amava. Ele só reagia com um olhar, uma respiração ofegante e um gemido fortemente doloroso, que era o cartão postal de seu sofrimento. Era como se a Sofia soubesse... ela chorava e chorava e chorava e tentava correr pra ele, mas, eu a segurava por medo de que, por seu êxtase em vê-lo, o machucasse. Porém, pensando agora, acho que eu o estava machucando por não deixá-la por perto como queria. A levei para fora do quarto, fiquei o olhando e ele parecia querer me dizer algo, como "traga-a de volta, eu preciso olhá-la, preciso dizer que a amo". Nesse intervalo, o médico chegou. Da mesma forma em que o encontramos e que o vimos pela primeira vez, lá estávamos nós, os três irmãos do lado dele, torcendo e chorando por ele. De repente, após alguns minutos e tentativas, uma voz pergunta: "ele está respirando?"... Silêncio. Logo, soluço. Choro. Perda. Ele se foi. Ele, realmente, se foi.
     Agora, não há jeito nenhum de trazê-lo de volta ou de recompensar as malditas horas em que não o via, em que não estava ali persente do seu lado, nem que  fosse para estar com o nosso silêncio, como das outras vezes. Vejo que as horas que nos olhávamos não foram o suficiente para que eu pudesse passar pra você o quanto te amo ou o quanto sempre tive meu melhor amigo em você. Meu amor, meu amado, meu amigo. e assim como eu disse, esse é um amor diferente. Amor amigo, amor leal, amor verdadeiro, amor concreto, ...amor canino. Você fará uma enorme falta aqui, Dunga, meu Dunguinho.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ponte.

"Amor é quando você fala para alguém algo ruim sobre você mesmo e sente medo que essa pessoa não venha a te amar. Aí você se surpreende, já que não só continuam te amando, como agora te amam mais ainda."
(Mathew, 7 anos)


     É coisa nossa. É besteirol nosso, que se comprime e que se confunde. Passamos a descobrir que não são erros nem defeitos que tornarão ocasião o caso de "desapaixonar-se", seja lá de que forma isso for compreendido. Porém, estamos de encontro com a parede, estamos contra o muro. Porque, existe o contrário do contexto da coisa... a gente realmente se apaixona pelos erros, pelos defeitos, pelos problemas, pelas situações constrangedoras,... a gente se apaixona porque, além de tudo o que o outro tem de bom, tem de ruim e esse ruim, para nós, é bom. Bem contraditório, não? Mas, é assim mesmo. É assim porque a gente só sabe se ama quando é o outro o único que sabe exatamente te magoar com quase nada e que sabe te fazer sorrir só por estar vivo. O problema é que, mesmo sem pôr em alguém, alguém tem nossa felicidade. É seu sorriso que deposita nossa felicidade, nosso amor. E o sorriso é a ponte para ser feliz, para se ter felicidade, para se amar.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Vestígios.

     Havia parado por um tempo. Peguei o violão dissonante e tentei-o tocar. Não saía nada. Não saíam notas. Não saía melodia. Apenas, saía algo parecido com um som em ocasião do Efeito Doppler. Não por questão das cordas sem sintonia do violão desafinado, mas, por mim mesma. Até o vento soava triste naquele instante. Liguei o rádio e passei a ouvir uma canção em que repetia por diversas e diversas vezes "Olhe o que você fez, fez a todos de bobo...parece tão divertido, até você perder o que ganhou". Era uma melodia depressiva, que entristeceria qualquer um que a ouvisse, mesmo sem atenção nenhuma, e que esfriava meu café forte e amargo.
     Estava sozinha. Não estava só por me sentir só, mas, me sentia só por não ter ninguém em casa para conversar, ninguém. Me sentia como uma bailarina cheia de gel de cabelo fazendo seu coque e sem sua sapatilha meia-ponta. Eu via todos os dias a pessoa que mais amava sem força nenhuma, como uma criança de colo, num berço frágil. Além disso, insegurança, brigas, dores, mágoas, falta de entendimento. Via alguém que, em minha infância, era tão forte e que, agora, precisava de minha força. Sinceramente? Não sabia como. Estava tudo errado cronologicamente e tantos "logicamente" que poderiam soar ao vento. Eu me acrescia de mazelas. O peito, amargurado, quase sempre estendia mágoa até meus olhos marejados. Perdi as noções de tempo, perdi sonhos, perdi forças, ganhei labirintos. E a verdade é que, quanto mais dores, mais dores. Mas, é só abrir a janela pra ver o Sol. Um vestígio de Sol.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Riscos.

"Mas é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada…
Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas assim não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar, viver…
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas, abrem mão da sua liberdade.
Só a pessoa que arrisca é livre…
Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.
Não se arriscar é perder a vida…"
 
(Kierkegaard)