segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ele.

     É de fazer tremer na base, passar noites sem dormir, coçar as orelhas, rastejar aos pés, ouvir brega, pagode e rock. É de cantar, de querer dormir junto e acordar, também. É de se fazer dançar na rua, de querer gritar aos 4 ventos do mundo e de todos os litorais.  É de puxar os cabelos e morder os lábios. É de querer cama, mesa e banho. É pra se ter futuro. É o seu futuro.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Pendências.



     Há coisas nesta vida que nada compra. Dançar agarrado na chuva, por exemplo. E havia algo muito maior que nada poderia comprar, alugar ou pegar emprestado... Nela, corriam pendências platônicas, não muito distantes e já declaradas há muito. Trocas, gestos, palavras, sentidos, olhares. E corriam verdes campos em seus olhos, recordando-me esmeraldas. E jamais poderia ver a riqueza das esmeraldas. Jamais, talvez.

     Uma tristeza. Não podendo falar "saudade", pois, não poderia estar com certa nostalgia do que não lhe acontecera, no entanto, deveras triste por carregar pendências imensuráveis em seu peito lotado de confusões diárias. Confusões que não lhe eram suficientes para recarregar o tempo e refazer algo que colocava na balança um lado de seu coração.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Peppers.




     Um fato intrigante: me encanta a pimenta. Nela, me vejo. Vejo uma beleza vermelha em sua "pele" é um gosto que só se adequa aos paladares mais fortes.
                A pimenta me recorda os traços maciços e, na mesma medida de tempo, deteriorável de nós. Deixamos marcas fortes, que ardem.
                Eis um alerta: pimentas são atrativas aos olhos, mas, também deixam ardores.  E nós sabemos deixar os melhores - e piores.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

"I love you till the end."

     Ouvia-se o tom. Sentia-se o calor. Degustava-se o sabor. Era canto, música, melodia. Era madrugada, noite perdida, coração machucado.


     Sentia-se só, amando só, fugindo só, andando só. Deveras e deveras. Como estações, começava a primavera, andava verão, corria outono e parava em inverno. Sonhava que fosse cíclico, para voltar às primaveras. E que nos voltassem as primaveras! Pois, não havia ninguém no mundo que declarasse seu amor cantando The Pogues. Não havia ninguém mais no mundo que declarasse suas primaveras.Não havia verão. Era outono e a sensação térmica de inverno. Já eram 2h da manhã e ouvia-se a última música da primavera, a que dizia que haveria amor até o fim. E houve... fim.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Acabando o inacabado.

     Após tudo, após nada, após o talvez, ...
Lembranças e lembranças remetem-se ao dia e à noite, pernoitando em madrugadas e mais e mais dias. Assim, vou-me. Relembrando.
     E fica, portanto e enfim, a lembrança no corpo...de seu abraço, somente.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

De peixes.

     Seus cachos eram como ondas, onde mãos desejariam navegar feito canoa, veleiro, barco, navio ou balsa. Feito ondas, provocando o tsunami mais provocante que ardia em total calmaria aos pescadores. Pescadores aqueles que pescavam seu sorriso, seu canto. Afirmavam que era como uma lenda do mar, uma sereia, cujo canto era supremamente sedutor aos ouvidos dos que se aproximavam de suas águas.
     Como pérolas, seus olhos brilhavam algo inexato, algo magnético, algo bem mais além do que poderia ser penetrante, apenas. Lá, ouvia-se por todos os pescadores: "Não há nada mais doce que as águas salgadas daquele mar." O ser mais inspirador de toda a mitologia. De toda a mitologia, tudo o que mais seduz. Tão belos os olhos, que atraía os tripulantes e fazia os navios colidirem com rochedos, afundando-os. Segundo a mitologia,  enfurecia Afrodite. Era feito Pisinoe, Thelxiepia ou Ligeia. 
     Feito rochedos, seu corpo quebrava, repartia, devorava qualquer um que se atrevesse a tocá-la, a tentá-la. Suas mãos singelas, gélidas, macias, que tocavam corpos feito flauta, em total e perfeita harmonia. Melodia doce, doce melodia... Seus lábios, molhados ao gosto da cachoeira, onde se aproximava aquele que desejava, mais que nunca, afundar-se, afogar-se em seus braços, em seu colo, em seu peito. E o sexo, tão mais sedutor, prazeroso, que colocava todo o hedonismo em conspiração aos céus. Desejava-se, temia-se, amava-se. 
     Tentados os tripulantes, jogavam suas redes para pescá-la, mas, nada...nada que um único e seu único pescador fizesse para lhe fazer tentar seduzir, para lhe fazer cantar o canto triste e sedutor de sereia, que o fazia ficar perdido. E, assim, apaixonava-se perdidamente pelo tom dissonantemente perfeito das melodias mais bem afinadas que sua voz poderia oferecer.
     Nada mais frustante aos tripulantes que o silêncio da sereia, tão mais forte que o próprio cantar místico. Sereia, deusa, ninfa, fada,...sei lá, o que fosse, apenas, pisciana. Atrai com seu canto e devora. Canto que vem como o cair das águas, como cachoeira, em que não há Odisseu que fuja do feitiço, do encanto, do doce som do canto. Sabendo, esta, que encanta a quem quiser e devora, novamente, com os lábios, com os dentes, com as unhas. Um devorar que consta desde o sorriso ao perfume, ao corpo, ao beijo, ao canto, ao silêncio. E sabia, sim, que não havia ninguém, que quisesse, que não poderia enfeitiçar. Enfeitiça-se.

sábado, 30 de julho de 2011

Lilás.

     Navegava-se o aroma em sala, em rua, em quarto, embaixo de lençóis, embaixo dos sóis, embaixo de chuvas, embaixo de guarda-sol, embaixo de árvore, palmeira ou porão. Se fosse significância, lhe diria um só. Mas, não. Nada que lhe aflige mais, que lhe torturasse mais, que lhe solicitasse mais, que lhe digerisse mais. Nada que mais lhe proseasse a prosa dos livros de Caio, Pessoa ou Quintana. Era Drummond, era Lispector, era bem mais. Era como se os olhos puxassem feito ímã. Olhos castanho-claro, cujos sóis eram escuros se comparados às suas pupilas mais bem delineadas que jamais vira em qualquer outro lugar. Lhe admirava o som grave, rouco, bobo e, às vezes, dissonante de uma voz pacata, pura e milagrosa, que lhe fazia o corpo estremecer e arder em neve. Voz passiva, ativa, inquieta, misteriosa. Ai, misteriosamente encantadora voz, misteriosamente encantador o som.
     Fazia-se necessário em noites de chuva, onde predominante era o ventar gélido, embora fosse necessário em manhãs ensolaradas, onde seu suor era a água para beber, refrescar a alma, o corpo, a pele. Pele essa que chamava distorcidamente e exageradamente pelo ego da pele sucessiva, que lhe encantara de tal forma que suas pupilas dilatavam ao prosear em pensamentos com seus sonhos, anseios e desejos. Sua sina. Sua vida. Seu amor. E, de fato, meu amor, é amor.
        Mas, então, questiona-se em canção de músico rebelde: "qual é a cor do amor?", e responde-se em silêncio, responde-se em olhar, responde-se em beijo. Ali, então, foi beijo a beijo, pele a pele, olho a olho, corpo a corpo, apenas e somente, respondendo qual, de fato, seria a cor daquele amor, já que "cada amor tem sua cor".

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Tiro certeiro.

     Foi um tiro, foi uma bala. O soluço dela se estendeu pela madrugada feito um vento em dia de maremoto, terremoto ou de um tornado qualquer, pelo simples fato da fala dele se estender em alto e péssimo tom de briga, de dor, de insulto. Foi o famoso do baque que deu nela, no momento. Era uma discussão de quase 9 meses e abortada, que não saiu do ventre e se foi, mesmo assim, sem tempo de respirações no mundo terreno. Era madrugada, mais uma madrugada perdida, em cima de lençóis e seu travesseiro de guerra, e era ainda madrugada de ventania, sem abraço, sem colo, sem cobertor e nada. Esperança já não mais havia. Ela, como tantas e todas as mulheres, via a discussão como resolução, se falada calmamente, em tom sereno, baixo e retraído. Para ele, como para quase todos os homens, era pura bobagem, perda de tempo, de mente e de momento. Mas, que nada... Se ela insistia tanto, havia um motivo e o sabia, mas, compreensão é o que lhe faltava. Aquele "é? mas, vamos tentar mudar, vamos ficar bem" não aparecia, e só aparecia um tom alheio de raiva, de negação, de repreensão.
     Ela, então, em uma de suas piores e mais frias madrugadas, leu as mais compreensivas e doces palavras a que eram mencionadas pelo seu poeta favorito, sensível, romântico, compreensivo: "Quando sua mulher provoca, não deixe de discutir. Vá que a raiva dela se apaixone por outro homem". Seu desejo que ele o visse era tanto! Mas, não, não havia nada que o faria mudar, afinal, o mesmo já sabia melhor que ninguém que a discussão de voz fina não se calaria nunca, não deixaria de lado a discussão. E, mesmo que tudo fosse um bom motivo, ela estava ali, não ia embora, enquanto ele não discutia, a deixava ir e ia, sem nem sequer haver importância ou qualquer peso em sua sã consciência insensata. "Discussão é coisa de quem quer briga e não quero", ele dizia, mas, nada se resolvia, nada se falava e nada se fazia. As plantas eram esquecidas, não eram mais tão bem regadas quanto antes. Ele esquecia.
     E mesmo que ele não quisesse, ela insistia, insistia e discutia porque era, sim, a discussão que a fazia não desistir de nada. Mas, era um erro...estava errado discutir e só, segundo ele. E quem dirá que sua raiva se apaixone por outra discussão, se sua discussão é toda ele? Por ela, não, e ele insistia em não discutir, em deixá-la ir, mandá-la ir e ir embora.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Começo, meio e...

     O que é que vem depois do começo e do meio? Não sei bem o que se encaixa, após vírgulas, ponto-e-vírgula e reticências. Eu sei sobre os travessões, aspas e parênteses. Se bem que, para mim, também sei sobre o encaixe desordenado das palavras mais complexas e contraditórias que se aplicam num diálogo, seja escrito, seja oral, seja telepático - é, há o telepático, aquele que a gente olha, não fala, mas, sente que o outro que lhe vê, compreende o que se foi dito. Mas, afinal, o que tem a ver tudo isso? Bom, é simples. Talvez, não tão simples, mas, não é tão complicado de se ver. O que eu quero dizer é... Na verdade, não sei direito.
     Não sei ser metade, não posso e não quero ser metade. Quero ser inteiro, quero ser todos os pedaços juntos. Não me alimento dos "talvez", quero "sim" e quero "não". E se for pra ser, infelizmente, seja. Mas, sobre o querer...é este que não me deixa dizer sobre o tal que resta a partir do meio. Escrever é o que me resta, quando são perdidas palavras entre um soluço e outro, ou entre um único soluço sem intervalo. Nisso, você se depara com, talvez, algo que você não queira, mas, que completaria o texto que começou a ser escrito, mas, foi surpreendido pelas reticências, que o tornaram interminável, até certo ponto, é claro. Dor e medo, é isso que as reticências parecem querer dar a nós. E o pior? A única pessoa a quem pode lhe salvar é a única que não vai dar o braço a torcer, porque não quer voar enquanto não tirar os pés do chão. Um abraço poderia mudar tudo, talvez. Um abraço e só. Porque algo poderia ter sido evitado, mas, não foi. O abraço pode salvar algo ainda. Senão, qualquer detalhe doce pode salvar o gosto de fel, o amargo. E depois de tanto, cadê o tal abraço? Talvez, ele não reúna tudo aquilo que foi quebrado, com todo o vocabulário de léxico amargo, mas, pode amenizar o que já foi pedido há muito.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Abstinência.

     Contra fatos, não há argumentos. E, a cada dia, se torna maior o fato e, surpreendemente, é grande o argumento da falta. Ela, é aquela que nos causa dor, solidão, carência.  Nos tornamos depressivos, anônimos ou não-anônimos, ou sei lá o quê. Por quê? Atenção, cuidado, carinho. Na verdade, é a busca pela demonstração muito bem explícita que nos deixa insatisfeitos, se por ventura não a acharmos. Mas, e aí, o que fazemos? Nos isolamos, nos entristecemos, falamos o que sentimos, sentimos o que falamos. Algumas vezes, pode até haver retorno. Este, regado de esforço, consagrado pelo arbítrio de tomar uma atitude e tomá-la, mesmo. Mostrar a que veio, mostrar o que se quer. Porém, o retorno pode ser temporário e, quem sabe, inotável, atemporário. Sem tempo, sem notoriedade, sem retorno.
     A verdade é que, quando nos sentimos em falta com algo ou alguém, queremos repôr aquilo que tinhamos, com toda e qualquer forma. Contrariando búzios, tabus, astros, mapas, destinos e planos, só queremos. Queremos e fazemos. Ou só queremos e...queremos?! É. e neste ponto, nos chegam, nostálgicos, pensamentos memoráveis de um passado, talvez, não muito distante de nosso presente, mas, ainda distante. Nos colocamos num anexo de sensações, sentimentos, medos, anseios, dúvidas e dívidas, e estamos cá, entre esse anexo desesperado que pede socorro, que pede volta, que implora aquela platéia inteira num só corpo, num só ser. 
     Nostalgiando fatos, sentindo saudades das antigas impressões e sensações. Nostalgia das ligações, onde se passavam horas e eram gastos todos os créditos dos celulares da casa por você; das que te acordavam, pra obtenção de um eu te amo , que faziam de você a pessoa mais feliz do mundo; pela importância que você carregava; pela aflição que estendia ao não aparecer ou a estar triste, fazendo pedidos de desculpa aparecerem; dos momentos em que você podia ser o centro do mundo, para o seu mundo; das feitas só para que fosse dito um eu te amo; de se sentir amado, concorrido; de se sentir único, insubstituível; das que podia-se ouvir tô com saudade de você ou senti a sua falta hoje; das mensagens a cada minuto, que te faziam acordar e dormir, sorrindo; das declarações; dos apelos; da besteiras; das vergonhas; dos mistérios; dos minutos bem somados de pura euforia, quando você se sentia importante, por estar sendo sempre lembrado que era importante; das juras; das descobertas; dos segredos revelados; dos limites; da compreensão, paciência e calma, dadas por amor ou por medo de perder o tal dito cujo; das demonstrações calorosas ao pé do ouvido, ao vivo ou ao telefone; das longas e longas conversas, dos sonhos, dos planos; das batidas tão aceleradas quanto a respiração ofegante, só ao ter algo em vista; das surpresas; das visitas inesperadas; dos obstáculos; das ultrapassagens; de tanta coisa, que parece canela em pó, deslizando em inacreditável lembrança. Enfim, saudade de um começo. Não qualquer começo, mas, do tal em que era calor e calor, próximos, sem a chance de segundos de ventania gélida, de circuitos de palavras frias soltas ou, até mesmo, pelos metros entregues à uma distância compromissada necessária, nada falha quando o assunto é nostálgico. A falta, por si só, sendo símbolo de necessidade, sendo sinal da própria falta de se ter em memória a todo tempo, como era tido. Saudade de um beijo num fim de tarde com um olhar, com uma palavra, com um beijo. Saudade dos momentos em que amor era dito em sussurros e era só nossa a mostragem. Saudade. Apenas, saudade.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A valer tal valor.

     Nós, humanos, somos complexos. É, somos fracos, estranhos,...ou, como preferir, apenas humanos. Sabemos que podemos ferir, sabemos que podemos magoar, mas, e daí? O fazemos, às vezes, sem nem nos remetermos ao pensamento de culpa ou de peso em alguma de nossas chifrins e inabaláveis consciências inconscientemente inconcretas. Transformamos nossas vidas numa novela mexicana. Queremos calma, se temos drama. Queremos drama, quando temos calma. Não sabemos o que queremos, ou ao contrário, sabemos o que queremos e o que é, por nós, almejado é só o poder da cena, o poder do ato, o poder da complexidade e da interação com a adrenalina. É assim em qualquer momento. Quando se está tudo bem, é que "o circo pega fogo" e a audiência sobe.
     Há uma consequência comum entre os nossos atos não tão bem pensados. Tal consequência, que aspira a ser como uma mania, algo bem parecido com o TOC, o danado do Transtorno Obcessivo Compulsivo, que tantos falam, e não percebem que podem ter, em pequenos atos. Do que falo? Ah, estou rondando no mesmo assunto, se quiser saber... Falo de nossa mania inpensada de colocar o agir antes do pensar, e pensar com mais calma, de uma forma distinta, só bem depois, ou talvez, nem depois refletimos. E é esse nosso TOC em comum que nos faz depreciarmos o que temos, o que amamos, o que queremos. Deixamos de atuar como se aquilo não nos valesse o que vale, como se não merecesse um tratamento diferente do que estamos habituados a, malcriadamente, darmos ao tal. 
     Não sei ao certo, porém, ao que me parece, nós sabemos que, dependendo da gravidade da coisa, podemos perder tudo por um triz. Podemos perder por culpa de um silêncio, de uma palavra solta que se perde, de um tom dissonante e, tudo isso, por não percebermos, simplesmente, que aquilo pode nos escapar das mãos. Nada nos faz notar que aquilo que, às vezes, desmerecemos é o que nunca poderá ser substituído por nada, mesmo que nos engane a aparência. E, no final de tudo, o necessário aparece deslumbradamente, num passe de mágica: passamos a querer, passamos a almejar, passamos a valorizar. Afinal, apenas, porque corremos o risco de perder ou, infelizmente, nós perdemos. Estampado, em testa, fica para sempre, em negrito. É, então, olhar pro lado e não ver nada ,que há um "eu quero". Mas, nem sempre, é esse o momento. E o drama dá todo o aspecto de clímax à novela mexicana, o ponto mais alto e, para um lado, o mais profundamente raso: a perda.     Sabe qual o pior? Parece mandinga, buzú, macumba...mas, ao perdermos, notamos: eu deixei ir embora. Eu fiz ir embora. eu perdi. E já dizia Renato Russo: É preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã. Porque se você parar pra pensar, na verdade, não há.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Abalo sísmico.

    É como um abalo, um terremoto. Tudo vira e cai sobre você. Uma dor, uma perda,...e lágrima passa a ser mera formalidade. Gritos intercalados por soluços. Palavras intercaladas por lágrimas. E sussurros intercalados por silêncio. Pior que qualquer coisa, que qualquer murmúrio. Tendo em vista um vulcão, pode ocorrer uma erupção a qualquer momento, é só deixar a lava esquentar. Mas, a questão é: o que dói não é a quantidade de punhaladas, mas, o tamanho e por quem lhe feriu. Minutos, horas, talvez, mas, de puro sadomasoquismo. Momento de uma tal simpatia a sinestesia,  tendo vínculo o paladar e a visão, de alguma forma. Podemos falar que sentimento é um sentido vital? Se sim, ele também entra em sinestesia. O gosto salgado corre pelos olhos, desce a boca e se desvaire pela cobrança abalável da pulsação cardíaca. Ideais, escrúpulos, medos, amor e confiança, tudo em jogo, por um deslize, por uma "bobagem". Certo, nem tanto assim. Proteção demais dada... Nenhuma bobagem! Quer dizer, bobagem do ato, sim. Uma mudança, então! Por favor, uma mudança! Pode até não ser dita com todas as palavras, mas, para um bom entendedor, olho no olho basta, e tantas palavras, então, são o suficiente, pra se saber quais os tipos de mudanças são esperadas. Espera-se a retirada desse gelo, para não haver mais gritos, para não haver mais avalanches.  Espera-se a real mudança, a mudança que quero ver. Esperamos que seja feito aquilo que você faria e que, talvez, já tenha feito várias e várias e várias e incontáveis e muitas e mais várias vezes. O que há de ser feito, consciência, por isso que não falamos, mesmo que saibamos que possa ser feito ou não aquilo que exatamente queremos. Mesmo sem dizer, é dito e você sabe o que é do agrado e o que pode salvar tudo, senão, diferente de fazê-lo, é quando pode vir erupção, avalanche, terremoto. Coisas que podia ter evitado com uma única escolha, modificando tudo, melhorando tudo.  E no fim, uma escolha...sua escolha.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O que é amor?

     Não sabemos, na realidade, o que significa "amor", até que ele surja. Certo, podemos confundir amor com a famosa paixonite aguda, esta que é a principal e incontrolável culpada pelas lágrimas aborrecentes alheias derramadas em "dia dos namorados". A gente sabe que não é amor. E a gente sabe porque amor de verdade não exclui o amor-próprio. E, só há amor entre duas pessoas, quando há amor entre uma pessoa e o seu "eu", primeiramente. Na real, você só entende o que ele significa quando, "do nada", você conhece alguém que faz você se sentir bem, sendo você mesma; que sorri quando você ri; que manda flores, sem nem saber se há chances; que joga algumas coisas pro alto, por você; que briga por você não cuidar da saúde; que olha para a frente, com você do seu lado; que lhe fala "eu te amo", olhando bem nos olhos, firmemente; que sente uma pitadinha de ciúmes; que liga pra ouvir sua voz de madrugada ou que liga pra que você o ouça; que faz você ver o jogo do time rival, torcendo pra que ganhe, só pra vê-lo sorrir; que faz você mudar a rotina, perder a cabeça, andar na linha, perder o sono, sentir saudade; que lhe dá a confiança necessária para que não duvide de seu caráter e comprometimento; que lhe faz ser leal, não só por ser, mas, por gostar de ser; que lhe faz surpresas lindas; que deixa de fazer qualquer coisa só para dar um beijo; que não teme o futuro ao seu lado; que faz você ficar acordada para vê-lo dormir; que lhe encaminhe a fazer coisas que jamais faria, nem só nem com ninguém; que faz você ficar magoada tanto quanto ele, após uma discussão; que faz você desligar e ligar pro telefone, logo depois, pedindo desculpa; que faz você chorar em pensar em perdê-lo; que faz você chorar, de tanta felicidade, por tê-lo em sua vida; que lhe faz querer apresentá-lo à família e amigos, e que faz o mesmo com você; que liga pra dar "bom dia" e que briga por você não ligar, dizendo que não liga mais, mas, liga sempre; que faz você ser linda e desejada, mesmo nos dias de tpm ou quando você acabou de limpar a casa; e ele será tão perfeito, que até os que vêem por fora, dirão: "é ele".
     Uma coisa que cada uma de nós deveria aprender é que, não, o príncipe encantado não virá num cavalo branco, a não ser que seja cavaleiro ou sei lá o quê. Deveríamos aprender que, sim, é quando o príncipe surge, sendo até de busão ou a pé, que caem todas as suas fichas e você enxerga algo que jamais enxergou e sentiu. E "o que é o amor?", se torna uma pergunta retórica, que você aprende a responder numa fração de segundos, sem hesitar. Ele lhe faz responder.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Contra a maré.

     Como se a velha história de espelho quebrado trazer má sorte por sete longos anos desse certo, a maré de azar parece correr em efeito dominó. Passamos sob a escada, pelo gato preto, quebramos o espelho, entramos com o pé esquerdo em algum lugar, não desviramos o chinelo, estamos numa sexta-feira 13 e podemos ter nos esquecido de bater na madeira por três vezes, para evitar o azar. Porém, não.
     Deixamos que as coisas aconteçam e não nos damos conta de tal coisa ou gravidade da mesma. Com aquele famoso "jeitinho brasileiro" de deixar tudo para lá, nós realmente deixamos e, mais tarde, sofremos tais consequências. Ao invés de evitarmos problemas ou de resolvê-los, evitando outros maiores, deixamos, levamos com a barriga. Mas, sabemos bem que é a forma mais errônea de agir, já que sempre nos levamos a fazê-lo e sempre nos damos mal. Entretanto, fazemos.
     Descarregamos nossas energias em nossos atos, daí nos ferimos. Logo mais, estamos de frente com o mesmo obstáculo que não enfrentamos anteriormente. E quando olhamos para o lado, pensando que estamos sós, é quando nos surpreendemos: aqueles nossos amigos estão sofrendo com o mesmo. Pois, é. Seja maré de azar, zica ou o que quiser chamar, é o que for. Mas, parece ser um mal necessário para que a gente possa crescer.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Apenas mais um Ps.

     Todas as madrugadas, quando dormiam juntos, ela acordava, como num sopro. Parava por um instante, olhava-o e voltava a dormir. Por todas as manhãs, ela era quem acordava primeiro, só para observá-lo, mais uma vez, antes de despertar. Quando os cílios dele tornavam-se trêmulos, fechava os olhos, como se ainda dormisse, e ele acordava, chamando-a logo. Ela "acordava" e saía do quarto, deixando a porta entreaberta, para que ele passasse por lá e a visse na cozinha, como em todas as manhãs, após seu banho. E, ao ir ao quarto, achava, em qualquer que fosse o lugar, um bilhete que o fazia sorrir todos os dias. Sim, todos os dias. Bilhete, este, que era tão mais valioso que os próprios topázios e esmeraldas e diamantes e pérolas e jades e jaspes e rodocrositas e rubis citrinos e turquesas e quartzos e opalas e granadas e brilhantes e águas-marinhas e ônix e ágatas e ametistas. Era bem mais, até. Mais e ainda mais e mais e mais. Lá, não sabia ainda o que havia, já que era como um segredo de casal, que só poderia ser quebrado após algum rompimento. E houve um rompimento...na vida dela. Então, fiquei sabendo exatamente o que era que o fazia sorrir todos os dias. Ele me prometeu não contar até um segundo rompimento, mas, houve, então... Era o típico. Era o rotineiro. Era, apenas, o perfeito. E como o era!   
     Todos os dias, era escondido um bilhete vermelho, que ele encontraria e leria, como se nunca tivesse lido. Só que, há algo que não entendia muito bem... Lá, nos bilhetes, havia sempre a mesma frase, com a mesma letra, sempre. O que eu não entendia, até certo momento: "Por que ele procurava todos os dias por um novo bilhete, igual a todos aqueles bilhetes que guardava, há tantas anos?"    Ele nunca me respondeu. Na verdade, o que me respondeu foi a caixa de bilhetes. Foi necessário ler dois bilhetes: um, que era vermelho, como todos os outros, e o outro, era um branco - o último bilhete. O primeiro, dizia: "eu te amo". Já o segundo, dizia: "Pela última vez que lhe escrevo, repito: eu te amo".  Era o típico. Era o rotineiro. Era, apenas, o perfeito. E como o era!              E foi a partir daí que compreendi quase tudo. Porque tudo, mesmo, só passei a compreender quando encontrei alguém que fazia questão de ler meu "eu te amo" todas as manhãs e sorrir,  como se também dissesse me amar.

E, apenas, mais um Ps.: vale à pena fazer alguns sacrifícios, todos os dias, para ouvir "eu te amo" e dizer, sorrindo, não só "eu também", mas, "eu também te amo".

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Infinito.

     Havia um tapete no chão. Um tapete de pétalas vermelhas, mortas, de um buquê que recebera há uma semana atrás. Quer dizer, havia passado pela cor vermelha... um buquê de rosas vermelhas, que por desgaste e falta de oxigênio em suas raízes, envelhecem e se tornam secas. Mortas. Porém, a morbidez das rosas vermelhas era tão indiretamente proporcinal ao sentimento que carregava... e era por isso mesmo que as flores continuavam lá. Porque ela não conseguia parar de olhá-las com a serenidade que olhava todos os gestos daquele que lhe enviara o buquê e nem queria desperdiçar nenhum momento sem pensar neles. Até porque, o mesmo buquê murcho era a mais simples e pura representação do que se chamaria "amor". Era só esperar mais um pouco, era só esperar mais um pouquinho. Pois, percebeu, entre as rosas, mais um pedido. Ali, havia um anel. Certo, não era uma aliança de casamento. Por favor, não! Claro que não era... era uma de compromisso. Sabe o que é mais engraçado? Ela sempre achou isso uma baboseira, mas, naquele instante, era diferente. Era a baboseira mais linda e mais desejada por ela. Era a forma mais doce que ele havia dito, sem verbos, que era ela a mulher que ele se envolveria e estaria comprometido para fazê-la tão feliz como ela o fazia. E foi, então, que perceberam: seria bem diferente, se quem as usasse fossem outros... eram só eles que importavam, um para o outro. De um para o outro. Ali, se casavam, um com o outro, ainda em namoro. E, ainda em namoro, aquilo se cruzaria com a eternidade. Passava a ser o sentimento infinito. A promessa havia sido feita e era tudo infinito. Um infinito tão infinito, que se tornara tão mais infinito que o próprio infinito. E era só infinito.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

2011.

     Se há algo a dizer neste exato momento, é: "Se tu lutas, tu conquistas".     Usando esse raciocínio, há uma segunda coisa a ser dita: Eu conquistarei.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Nublado.

     Era assim que estava o dia. Nublado. E nublado também estava seu coração. Seu dia e seu coração estavam em uma harmonia perfeita de desarmonia. Chuva. Finalmente, a chuva. Não meramente a chuva lá fora da casa, descarregada pelas nuvens, mas, também, a chuva de dentro, descarregada pelos olhos. Era chuva, era trovoada, era noite, estava frio, estava triste. Havia perdido tanta coisa com tão pouco tempo, que mais litros de água pareciam tocar o chão e fazer com que se perdesse, além de tudo o que já perdera anteriormente. E o peito? Ah, o peito... estava carregado de dor, de chuva, de trovoada, de raio. Peito nublado, coração chuvoso. Era tal como um vampiro, atacado por um caçador que pusera uma estaca em seu peito, o fazendo perder um vida já perdida há tempos. Ela estava tão cansada...tão, tão, tão, tão cansada, que o cansaço servia como uma cura ou como um alimento e, talvez, até como um antídoto ou algo mágico. O que sei é que, naquela noite, ela teve um sonho que mudaria sua vida para sempre. Ela sonhou que o que jurava ter perdido nunca se perdeu, só não estava tão presente visualmente. O que julgava ter perdido, estava ainda mais próximo dela, como um amuleto, ou melhor, como um anjo.  Amanheceu o dia, mesmo com toda aquela chuva. E a chuva a ajudou a adormecer outra vez. E ali estava um anjo. Ali estava o seu anjo.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Perda.

     Desta vez, não é literatura romântica, simplesmente. O que venho a escrever é mais, bem mais do que textos e palavras bonitas que revelam um amor platônico ou um amor concreto entre um homem e uma mulher ou, até mesmo, as minas famosas críticas sobre o cotidiano e sobre o mundo paralelo da fantasia e do real de cada um. Certo, é sobre amor. Mas, esse é um amor diferente. Amor amigo, amor leal, amor verdadeiro, amor concreto, ...
     Aos meus 7 anos de idade, no ano de 1999, mais precisamente, ele me veio como presente. Ele havia chegado num momento de crise, num momento necessário. As coisas não andavam bem, quem mais amava estava doente por questão da campanha política enfrentada e vieram as malditas provas de fim de ano, que não podiam ser feitas com tanta dedicação, já que estava dedicada aos problemas do momento. Mas, quando ele chegou, abrilhantou tudo. Eu e meus dois irmãos nos aproximamos dele, nos juntamos e esquecemos as mesmas mazelas que nos atormentariam durante 12 anos seguidos, sem nenhum dia de descanso.
     Passavam-se os dias e quando eu abaixava a minha cabeça por algum motivo, lá estava ele, me dando força de alguma forma, seja com as brincadeiras ou com a incrível mania de passar para mim o seu entendimento apenas pelo olhar. Sim, ele me compreendia. E com essa compreensão, foram-se passando os anos e ele foi envelhecendo, assim como eu. Eu tinha um melhor amigo, havia adotado como irmão e como meu apoio silencioso, em más épocas. Com a correria, a gente passava pouco tempo junto, mas, parecia ser o bastante para que ele nutrisse o amor que tinha por mim, assim como nutria por ele. Eu o chamava, ele vinha correndo pra perto de mim, sentava e ficávamos nos olhando por tempos. Era sempre assim, e ele nunca parecia achar ruim, muito pelo contrário, ele parecia ficar feliz só em poder estar perto, e isso me fazia um grande bem. Foi assim sempre, até que...
     Era 11 de janeiro de 2011. Não faz muito tempo, mas, parece. Ele já vinha andando fraco, sem apetite e sem algum ânimo. No outro dia, logo pela manhã, colocamos por perto a nossa Sofia, que ele tanto amava. Ele só reagia com um olhar, uma respiração ofegante e um gemido fortemente doloroso, que era o cartão postal de seu sofrimento. Era como se a Sofia soubesse... ela chorava e chorava e chorava e tentava correr pra ele, mas, eu a segurava por medo de que, por seu êxtase em vê-lo, o machucasse. Porém, pensando agora, acho que eu o estava machucando por não deixá-la por perto como queria. A levei para fora do quarto, fiquei o olhando e ele parecia querer me dizer algo, como "traga-a de volta, eu preciso olhá-la, preciso dizer que a amo". Nesse intervalo, o médico chegou. Da mesma forma em que o encontramos e que o vimos pela primeira vez, lá estávamos nós, os três irmãos do lado dele, torcendo e chorando por ele. De repente, após alguns minutos e tentativas, uma voz pergunta: "ele está respirando?"... Silêncio. Logo, soluço. Choro. Perda. Ele se foi. Ele, realmente, se foi.
     Agora, não há jeito nenhum de trazê-lo de volta ou de recompensar as malditas horas em que não o via, em que não estava ali persente do seu lado, nem que  fosse para estar com o nosso silêncio, como das outras vezes. Vejo que as horas que nos olhávamos não foram o suficiente para que eu pudesse passar pra você o quanto te amo ou o quanto sempre tive meu melhor amigo em você. Meu amor, meu amado, meu amigo. e assim como eu disse, esse é um amor diferente. Amor amigo, amor leal, amor verdadeiro, amor concreto, ...amor canino. Você fará uma enorme falta aqui, Dunga, meu Dunguinho.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ponte.

"Amor é quando você fala para alguém algo ruim sobre você mesmo e sente medo que essa pessoa não venha a te amar. Aí você se surpreende, já que não só continuam te amando, como agora te amam mais ainda."
(Mathew, 7 anos)


     É coisa nossa. É besteirol nosso, que se comprime e que se confunde. Passamos a descobrir que não são erros nem defeitos que tornarão ocasião o caso de "desapaixonar-se", seja lá de que forma isso for compreendido. Porém, estamos de encontro com a parede, estamos contra o muro. Porque, existe o contrário do contexto da coisa... a gente realmente se apaixona pelos erros, pelos defeitos, pelos problemas, pelas situações constrangedoras,... a gente se apaixona porque, além de tudo o que o outro tem de bom, tem de ruim e esse ruim, para nós, é bom. Bem contraditório, não? Mas, é assim mesmo. É assim porque a gente só sabe se ama quando é o outro o único que sabe exatamente te magoar com quase nada e que sabe te fazer sorrir só por estar vivo. O problema é que, mesmo sem pôr em alguém, alguém tem nossa felicidade. É seu sorriso que deposita nossa felicidade, nosso amor. E o sorriso é a ponte para ser feliz, para se ter felicidade, para se amar.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Vestígios.

     Havia parado por um tempo. Peguei o violão dissonante e tentei-o tocar. Não saía nada. Não saíam notas. Não saía melodia. Apenas, saía algo parecido com um som em ocasião do Efeito Doppler. Não por questão das cordas sem sintonia do violão desafinado, mas, por mim mesma. Até o vento soava triste naquele instante. Liguei o rádio e passei a ouvir uma canção em que repetia por diversas e diversas vezes "Olhe o que você fez, fez a todos de bobo...parece tão divertido, até você perder o que ganhou". Era uma melodia depressiva, que entristeceria qualquer um que a ouvisse, mesmo sem atenção nenhuma, e que esfriava meu café forte e amargo.
     Estava sozinha. Não estava só por me sentir só, mas, me sentia só por não ter ninguém em casa para conversar, ninguém. Me sentia como uma bailarina cheia de gel de cabelo fazendo seu coque e sem sua sapatilha meia-ponta. Eu via todos os dias a pessoa que mais amava sem força nenhuma, como uma criança de colo, num berço frágil. Além disso, insegurança, brigas, dores, mágoas, falta de entendimento. Via alguém que, em minha infância, era tão forte e que, agora, precisava de minha força. Sinceramente? Não sabia como. Estava tudo errado cronologicamente e tantos "logicamente" que poderiam soar ao vento. Eu me acrescia de mazelas. O peito, amargurado, quase sempre estendia mágoa até meus olhos marejados. Perdi as noções de tempo, perdi sonhos, perdi forças, ganhei labirintos. E a verdade é que, quanto mais dores, mais dores. Mas, é só abrir a janela pra ver o Sol. Um vestígio de Sol.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Riscos.

"Mas é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada…
Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas assim não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar, viver…
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas, abrem mão da sua liberdade.
Só a pessoa que arrisca é livre…
Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.
Não se arriscar é perder a vida…"
 
(Kierkegaard)