terça-feira, 9 de novembro de 2010

Chance.

     No rumo em que as coisas são levadas, quase sempre - mais para o sempre - surgem obstáculos, barreiras e muros. Eles vêm sem aviso prévio, ou pior, há aviso. O problema é quepor várias vezes, levados pelo medo, nos despistamos e não vamos em frente. Ao invés de derrubarmos esses muros para ver e sentir o que há no próximo nível, fazemos neles pequenos buracos, e vemos o outro lado por uma pequena brecha, só que não notamos uma coisa: o muro ainda está lá na nossa frente e só sairá quando o derrubarmos. Para esses muros, nós precisamos de chances para derrubá-los.
     É aí que vem o papo de chance. Ter uma chance, dar um chance, enfim. Chance de lutar, chance de conseguir. Só se consegue, lutando. Só se luta, quando há chance para tal. E daí? E daí que todos necessitam de uma chance, pelo menos, em toda a vida. Certo, não só uma, mas, várias e várias e várias e várias e várias,...e várias chances. Porém, uma dúvida: por que dar uma chance? Por que dar várias chances? Neste instante, você é quem me diz.
    Falando por mim, talvez eu não seja digna de ter essa tal da chance, afinal, das minhas características, quem pondera são os defeitos e não as qualidades. Sou ansiosa; não durmo quando tenho algo para ser feito ou por não ter feito algo; sou nervosa, quando alguma coisa me afeta; paciente até certo ponto; medrosa, que finge ter coragem; atrevida quando o medo ataca; impulsiva, agindo pelo momento e não me segurando quando devo, fazendo ou falando asneiras; insegura; frágil demais, tanto que chega a ser enjoativo; às vezes, não falo nada com nada; chorona, do tipo que é a manteiga derretida escrita e desenhada, sem pôr nem tirar; às vezes, muito irracional, agindo sem pensar e sem pensar em agir já agindo; falo besteira, agindo como criança e rindo como tal; posso ser mulher, embora seja dependente... enfim, não preciso nem dizer escrever tanto, se me conhece assim e sabe que sou. Sãovários, sãoinúmeros os defeitos da pessoa que vos fala. Tenho vários problemas, tenho vários defeitos, não sou tão boa quanto deveria e nem quanto gostaria de ser, mas, é. Apesar das tentativas de não ser, eu sou, eu tenho e não sou. Certo, com o tempo, a gente vai minimizando e tudo o mais, só que vou continuar com alguns dos defeitos insuportáveis e é aí que a gente faz um balanço do que é realmente importante, do que realmente importa. Só se conhece o outro a quem se gosta, quando se convive e é convivendo que a gente aprende ou não a lidar. No caso, se sim, significa que há um ''gran finale'' para o filme. Caso, se não aprender, a tragetória muda, muda o capítulo do filme...ou, há ainda um terceiro caso, que é o de o filme nunca acabar, porque o capítulo passa, mas, as personagens são as mesmas. Neste caso, acontece porque tem de acontecer e acontece porque há a chance de acontecer novamente. É, lá vem a chance outra vez...
     No mais, é simples: há uma situação, há um muro, há um outro lado e há duas pessoas. UMA situação, UM muro, UM outro lado e DUAS pessoas. Vence quem está junto, vence o mais forte, e é o mais forte quem se une num só, quem junta suas forças para enfrentar os desafios. Até porque, eles não são nada quando se jura um ''para sempre''. O ''para sempre'' é posto em jogo agora, não nos momentos mais fáceis, porém, nos momentos em que o muro é maior, mais largo e mais resistente. Só que se resiste, realmente, o mais forte. O mais forte vence. Então, o que é mais forte? Ah! outra coisa que não disse ainda, mas, devo dizer agora...eu creio em príncipes encantados, em finais felizes, em amores eternos. Eu acredito, sim. E você, acredita? Talvez, não. Talvez, sim. Os finais felizes e amores eternos só se acham após quedas e muitos muros, verdade. Não sei se esse final pode ser feliz, mas, quem sabe? Quem é que sabe? Como é que se sabe? Quando se sabe? Quando houver aquilo que martelo há tempos, desde o título até fragmentos do texto: chance. Não há por que dá-la e, muito menos, eu tê-la...é uma questão de crença no que virá. É crença, é chance, é nada mais.


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