domingo, 30 de maio de 2010

Borboletas no estômago.

    "O amor está no ar", dizem. Porém, seria mesmo amor, e não um mero encanto? Pois, é. Pois, é. Dia dos namorados chegando. E o que, antes, era uma coisa romântica de se ver, se tornou o famoso clichê. Nos tempos em que um "eu te amo" é falado vulgarmente, os inícios de namoro não estão longe disso.  
    Antes, começávamos um namoro, olhando nos olhos, ouvindo a voz, sorrindo sem graça. Hoje, começamos por msn, orkut, twitter, celular, ou  qual meio moderno que for, não nos permitindo sentir 'borboletas no estômago'. E o que era para ser romântico, passa a ser normal., tedioso: um pedido qualquer, feito no dia dos namorados, e só. Foi feito por tantos, que não é mais surpresa. O que era para ser surpresa, é previsível. Todo aquele ar de mistério, que já não havia tanto, acabou-se com a falta de romantismo verdadeiro. E aqueles que o fazem porque é um dia inesquecível? Não digo no sentido romântico da coisa, mas, para não esquecer do dia mesmo. Acredite, é verdade.
    Sabe o que é ser romântico? Pedir alguém em namoro quando estiver chorando; num dia de chuva;  quando ligar e só pedir, sem falar nada antes; coloca escrito num bilhete dentro de um papel de bala; enquanto dá um abraço; quando estiver falando algo que não tenha nem um mínimo vínculo com o assunto; quando roubar a flor de qualquer jardim;  mas, só quando estiver realmente apaixonado.      O problema, talvez, nem seja pela questão do dia no qual se pede, mas, da forma que acontece. É que nós deixamos perder o romantismo da simplicidade. Ninguém percebe que é romântico não tentar ser romântico e, até mesmo, fazer as coisas mais idiotas no momento indevido... porque amor é isto: ser idiota a todo e num momento qualquer.  E como Fernando Pessoa falou certa vez, quem ama e escreve cartas de amor é ridículo porque o amor é ridículo, e ainda mais ridículo é aquele que não ama. Ou seja, a mensagem era: seja ridículo, ame! Quando o amor aparecer, não deixe-o passar sem notá-lo ou insistir. Persista. Você vai saber que é amor, é simples: sempre haverá borboletas em seu estômago.
     

"O recado está dado: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza."

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