quinta-feira, 18 de julho de 2013

18,15,10,01,15,18.


         Como dizia a canção, "coração que roubou e levou ao ir embora, e deixou e levou consigo meus beijos e meus sonhos; coração esse que está lento".      As horas não mais passavam e se cruzavam demoradas e rudes dentro da madrugada fria, em plena quinta-feira, às quatro. 
             Engraçado - sentido de irônico, claro - era ver os dias: começo e término no 15, e sentimentos fortes e inversamente proporcionais no 18. Ironia do destino, dos orixás, dos búzios, dos tarôs, de...Deus, onde?! Não alcançavam-me as forças; desabrochavam-se as flores já murchas; a fé era fel, fel era fé, que já não via; chovia lama; nevava pedra; crateras igualavam-se a covas, quando eram da lua; tudo que tinha sentido não possuía sentido; os motivos não tinham motivos; não eram explicadas as explicações e, tão menos, ditas as verdades; a dor fazia-se escolhida, não escolhida, mas, permanecia. Cura a loucura, a loucura cura, e não mais o tempo, nem a dor, nem o "lá na frente", nem um novo amor ou paixão ou afeto ou apetite, seja qual for.
            Perdia-se tempo. Perdia-se palavra. Perdia-se memória. Perdia-se razão. Perdia-se o depósito de lágrima. Perdia-se o bruto. Perdia-se até a loucura da cura e a cura da loucura. Perdia-se tudo. Perdia-se o amor. Perdia-se a partida. Partia-se a perda. Perdia-se a perda. Partia-se a parte. A perda dava partida.            Eram perdidos o brilho no olhos castanhos; o colo de domingo; o acalento do "vem cá, vem lento"; o vento das praias; o dormir junto numa noite de chuva ou de calor - não importava; preocupações; ligações de juras do eterno amor a noite; casamento, casa e ente e/ou mentor; tudo, tudo a troco de nada. Um nada que desvai, deixa e vai, e vai. Vai com o norte, o sul, o leste, o oeste e o que restar, arrebatando desesperado, desacertado e alucinado qualquer coisa, algo comum, que de tão comum, é de todo o errante que queira tê-lo. E tem. E só vê que o leviano, foi tão leve, que levou-se em um ano - sendo otimista. Levando à tona a vontade de novamente tentar cumprir com o seguimento dos 1.033 dias, em que parou, que tinha algo "quase eterno" e que dizia-se entre os dedos: "Que seja infinito". Um infinito que se fez, enfim, findo quando o barco afundou.

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