quinta-feira, 15 de julho de 2010

Outra vez.

     Após um dia sem ter em vista o alguém que queria, a noite trouxe um alguém antigo. O alguém antigo seguiu o olhar, a seguiu, voltou, pôs-se de pé em seu lugar. Não era o lugar mais cômodo, mas, era um lugar que ela poderia tê-lo em vista, então, ótimo! Ela fazia questão de virar seu tronco para que seu corpo ficasse em direção a ele, tendo a absoluta certeza de que ele ainda estava ali presente, compartilhando seu ar com o dela. Foi a passada na rampa mais feliz de sua vida. Ela desceu a rampa, virou o pescoço para que pudesse olhá-lo e olhou-o da mesma forma que ele a estava olhando. Seus olhares cruzaram-se. E descruzaram-se timidamente ao perceberem sintonia nos detalhes dos olhares furtivos que carregavam. Era como mágica. Algum fantástico sonho ou coisa parecida contornava a noite, o lugar. Aquele momento passou de algo simples para algo intenso, apaixonante. Ela sabia que iria encontrá-lo novamente por mais três dias e tentaria, assim, aproximar-se daquele que lhe tirava o sono, que lhe sacava o sorriso, que lhe fazia esquecer as mazelas. E a única mazela daquele instante era ter de esperar vinte horas, até que o visse novamente - não falo do sonho, pois, contando com o sonho, dormiria com ele e acordaria com ele... talvez, nem acordasse, já que gostaria de sonhar aquele sonho tão real, enquanto não o via outra vez.

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