sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sem olhar para trás.

     Nos deparamos, muitas vezes, com aquela sensação de nostalgia. Nostalgia de fases, momentos, instantes, pessoas, aromas, sabores, toques, olhares, sentimentos, climas, chuvas, sóis. Boa é a saudade que nos deixa com um sorriso torto de quem muito é feliz ao relembrar. Porém, torna-se má quando está carregada de arrependimento. Arrependimento por não ter dito, pensado, feito, mostrado ou por ter feito algo que não deveria tê-lo nem sequer pensado... e feito, então?!
     Nós devíamos fazer de tudo para que não houvesse chance alguma para que o arrependimento apareça, mas, ao que me parece, é algo quase que inevitável. Por quantas vezes nos questionamos com o famoso clichê "nós só damos valor a algo quando o perdemos"?     E o que nós fazemos para combatermos nossos atos errôneos? É, isso é retórico, mesmo que já seja mais do que uma resposta subentendida... é óbvio, é evidente, é explícito. Brigamos quando deveríamos abraçar; batemos quando devíamos acariciar; discutimos quando devíamos conversar cordialmente; xingamos quando devíamos elogiar; puxamos os cabelos quando devíamos alisá-los; choramos quando devíamos gargalhar. 
     É assim que se sucede: nós desvalorizamos completamente daquilo que usurfruímos, porém, geralmente, valorizamos apenas o que nos é alheio. E quando perdemos? Ah, agora sim... nos arrependemos completamente. Nos arrependemos porque sabemos que aquilo nunca mais voltará a ser nosso - se é que realmente foi, um dia.      Aprendemos a valorizar depois, já que nunca esperamos que nada nos tire aquilo das mãos e o deixe apenas em memória. Não esperamos que nos atinja como um tumor no coração. Porque nunca iremos esperar que o alguém mais importante de nossas vidas se vá, sem poder ter a chance de lutar contra sua ida, sem lutar contra esse tumor. Então, percebemos: estamos chorando todo o leite derramado... e já foram derramas algumas muitas caixas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário