quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Infinito.

     Havia um tapete no chão. Um tapete de pétalas vermelhas, mortas, de um buquê que recebera há uma semana atrás. Quer dizer, havia passado pela cor vermelha... um buquê de rosas vermelhas, que por desgaste e falta de oxigênio em suas raízes, envelhecem e se tornam secas. Mortas. Porém, a morbidez das rosas vermelhas era tão indiretamente proporcinal ao sentimento que carregava... e era por isso mesmo que as flores continuavam lá. Porque ela não conseguia parar de olhá-las com a serenidade que olhava todos os gestos daquele que lhe enviara o buquê e nem queria desperdiçar nenhum momento sem pensar neles. Até porque, o mesmo buquê murcho era a mais simples e pura representação do que se chamaria "amor". Era só esperar mais um pouco, era só esperar mais um pouquinho. Pois, percebeu, entre as rosas, mais um pedido. Ali, havia um anel. Certo, não era uma aliança de casamento. Por favor, não! Claro que não era... era uma de compromisso. Sabe o que é mais engraçado? Ela sempre achou isso uma baboseira, mas, naquele instante, era diferente. Era a baboseira mais linda e mais desejada por ela. Era a forma mais doce que ele havia dito, sem verbos, que era ela a mulher que ele se envolveria e estaria comprometido para fazê-la tão feliz como ela o fazia. E foi, então, que perceberam: seria bem diferente, se quem as usasse fossem outros... eram só eles que importavam, um para o outro. De um para o outro. Ali, se casavam, um com o outro, ainda em namoro. E, ainda em namoro, aquilo se cruzaria com a eternidade. Passava a ser o sentimento infinito. A promessa havia sido feita e era tudo infinito. Um infinito tão infinito, que se tornara tão mais infinito que o próprio infinito. E era só infinito.

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