segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

04:46 AM


                          Madrugada. Silêncio. Idéias, pensamentos, sentimentos... apenas, mera evasão.
   Lispector, Shakespeare, Meireles, Quintana, Pessoa, Bandeira, Moraes, Guimarães Rosa, Drummond, e até mesmo, as "neo-ironias' by Luft"... me parecem fazer mais sentido agora. O anseio, o senso do ridículo, a poesia, o anexo e o complexo: eu sinto tudo isso, eu sinto a liberdade, eu sinto a expressão. Certo, em algum momento, esperava que alguém entendesse, mas, eis a questão: como entenderiam uma complexidade de palavras que nem sequer busquei explicar por através de suas próprias contradições limitade - ou não? Explicando... o que quis dizer é que todos os sangues correm em minhas veias, todas as águas molham meus pés e todas as brisas batem em meu rosto, enquanto corro em direção à liberdade. Sinto-me incrivelmente livre, nem sei por quê, já que não havia o que me prendesse; eu mesma que me prendia àquelas ilusões que me foram desiludidas há quase duas semanas, com uma questão de dois dias. A verdade é que me vi livre de uma forma sensata: não precisava de substituições de novos amores, mas só precisava de um amor antigo - o grande amor de meu amor-próprio. Claro que continuo escutando as famosas "roedeiras", mas não é pra "roer" por necessidade, e sim, porque eu gosto de "roer" - sou movida de amor, sou movida pelo ridículo, segundo Fernando Pessoa e suas teorias sobre as cartas de amor. Escrevendo desde as 04h46m, sem chorar e sem lamentar nada: grande progresso; na verdade, é uma mudança. Foi a melhor mudança que me ocorreu, já que não foi forçada por mim, foi natural... tanto assim, que nem havia percebido a grande mudança da minha vida.
   Hoje, apesar de tão pouco tempo, já me sinto curada - em duas semanas - de feridas que pareciam não cicatrizarem nem com uma demasia de anos; me sinto tão bem, tão feliz! E o melhor? Não estou sendo irônica ao falar disso. É bom saber que me reconstruí e que as feridas no meu coração foram se transformando em escudo para as dores maiores e/ou mais banais... Mudei. Continuo mudando. Vou mudar mais. "Encerrando ciclos" e começando novos ciclos, que com certeza, se estenderão por toda minha vida.

   Todavia, depois de saciar a liberdade, tudo o que desejo são mais madrugadas, são mais 4h46m de pura poesia, de pura felicidade,... Enfim, são 05h37m e eu preciso dormir - sou fraca, dormir é para os fracos - porque quero estar acordada na próxima madrugada para poder relembrar o dia em que eu mudei a minha vida, pois dominei meu coração. Assim, 05h39m...

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