sábado, 26 de dezembro de 2009

No alaúde da saudade, no velho banjo, no bandolim, chorando o fim do nosso amor. ♪


   Havia ido assistir Zé Ramalho, apesar de não querer. Por quê? Sempre o venerei, todavia, aquele momento me deixava sem vontade de fazer coisas que sempre gostei de fazer. Mesmo assim, fui. No caminho, lembrei do meu amado platônico, que "por acaso" - não acredito em acasos - adorava o Zé Ramalho, assim como eu, e deveria estar lá naquela noite. O ponto mais alto da noite foi quando tocou "Chão de Giz"... Me arrepiei e chorei, não sabendo exatamente o motivo, enquanto cantava aquela música que tanto me fascinava.
   Aquela semana estava me sendo estranha: ele havia tomado meu tempo, meus pensamentos, meus momentos...e parecia não querer sair de dentro de mim. Sonhei que o namoro de uma amiga havia tido um término, tendo a convicção que não era exatamente o namoro dela, mas de um "outro alguém" que não sabia definir ainda quem era - sonhos são estranhos, e os meus têm aquele ar de realidade, onde acabam realizando-se, às vezes... - Fiquei a divagar.
   A única música que vinha a minha cabeça era exatamente "Azulejo", cantada por Zeca Baleiro - meu divo - e Raimundo Fagner. Era uma sensação estranha que tinha ao cantá-la, e saía de meus lábios sem que percebesse. Enfim, fui dormir. Dessa vez, eu tinha um filho! Sim, um filho loiro dos olhinhos puxados, de 4 anos e lindo - antes mesmo de ser mãe de verdade, já é coruja. Ah, e era a cara dele, a cara do...papai?! Não entendi mesmo, até porque, estava convencida que aquele "pirralhinho" era meu filho; o amava demais - tanto, que brigava por ele no sonho - e senti a dor de sua perda ao acordar, não enxergando-o ao meu lado. Fiquei a divagar novamente.
   Certo. O Havia procurado durante todo o show e chorado ao escutar "Chão de Giz"; sonhos estranhos; o pensava demasiadamente; cantava "Azulejo". O que era aquilo, uma visão? Não sei. Será que o que falei por brincandeira profetizaria? Será que eles acabariam um namoro de vários anos, eu o conheceria, nós ficaríamos juntos...? O que aconteceria não sabia, só sabia que o namoro havia acabado e tudo que queria era... ele perto de mim. Sempre.

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