sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Eterno abraço.


   Magoados, eles pediram um tempo. Decidiram esquecer um do outro. Decidiram-se entre aspas, já que não compreendiam o poder que aquelas palavras de adeus tinham. "Palavras têm poder", porém, não era compreendido o dizer das próprias. E "tempo" era tudo que lhes cabia possuir no determinado instante que o pediram. Não esqueciam nem buscavam esquecer. Havia tensão. E a tensão, era por um medo inconstante de perda. Uma perda que, talvez, não fosse restaurada a tempo.
   Moravam na mesma rua. Mesmos amigos. Mesmos lugares. Mesmos sentimentos. E por assim ser, encontravam-se por centenas de vezes, sem ser de propósito. E quando tentavam, não se viam. Era natural. Era o destino que se encarregava dos dois. Se bem, que estavam em momentos iguais: haviam passado pelo mesmo término e moravam praticamente na mesma vila.
   Foi num domingo em que a rua estava triste, deserta e molhada de uma chuva forte e permanente, que... Ela saiu. Ele saiu. Seus olhares se atravessaram. Os sorrisos não negavam a felicidade plena que se exaltava. Havia um único guarda-chuva, o dele. Ela estava com uma bolsa na cabeça, já que o seu havia quebrado minutos antes de sair. Se aproximaram. A chuva não parou. Ele elevou seu guarda-chuva de uma forma que ela ficass protegida da chuva por alguns segundos. Ele a sorriu, colocou seu beijo no beijo dela. No momento em que ela pensava que estaria protegida, ele jogou seu guarda-chuva, pegou a mão dela e correu. Eles corriam feito crianças, fugindo da chuva e sorrindo sapeca. Chegaram a um campo ali perto, o mesmo campo onde a havia pedido em namoro. Tirou uma flor da mesma forma quando a havia pedido em namoro, e a entregou. "Eu sei que posso fazê-la feliz.", ele sussurrou enquanto a abraçava. E antes de qualquer coisa, ele pediu: "Me abraça para sempre?". Ela sorriu: "Eu aceito."

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