
Num dia, começou a chover. Sempre que chovia, ela ficava em casa na companhia de um chocolate quente, boa música e um bom livro, no conforto de sua caminha quente. Só que aquele dia era diferente. Colocou seu vestidinho com um tênis, fez rabo-de-cavalo no cabelo, e saiu. Não saiu com um guarda-chuva, saiu correndo na chuva. Era um sonho real. Era meninice. Estava fugindo da mesmice de ser um adulto chato. Parecia um tipo de Peter Pan, e agia como se fosse voar a qualquer instante. Tentou voar. Caiu. Machucou-se. Chorou. Chorava feito criança. Mas, o chorar de dor se confundia com o chorar de muito sorrir. E levantou. Brincou no parque. Passou o tempo. E nem percebeu... já raiava imperador, o sol. Voltou pra casa. Abriu a porta devagar e escondida - como se temesse que a vissem. Toda molhada e machucada, subiu devagar os degraus. Entrou em seu quarto. Fechou a porta. Arrumou-se para não pegar um resfriado. Já dormia o sol. A lua e as estrelas tomavam conta do céu. Sentou-se em sua cama, onde podia ver o que acontecia lá fora. Ela sabia que ela tornava mais madura a partir daquele dia, pois havia aceitado que era só uma criança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário