domingo, 3 de janeiro de 2010

Ponto final.

"(...)É o ponto em que recomeço recanto e disperso da magia que balança o mundo. Bailarina e Soldado-de-chumbo... Nossa casinha vazia parece pequena sem o teu ballet. Sem teu café requentado, soldado-de-chumbo não fica de pé."
   Ela já havia chorado bastante. Chorava de dor. Embora passados os dias, persistia a chorar. Até que houve um momento em que descobriu não haver algum mínimo motivo para sentir dor. Talvez, sim... já que sentia-se enganada, traída. Mas, e daí? Suas lágrimas não fariam o tempo voltar nem os arrependimentos acabarem. Decepções sempre haviam, porém, ela possuía o poder de decisão sobre sofrer ou não. Ela decidiu sorrir, por si só. E a única dor que ela sentiria seria nas mãos e nos pés... não mais no coração.
   Dias após sua decisão, quem sofria era ele, que estava submerso em um abismo da solidão, mesmo estando com um outro alguém, pois não conseguia ser feliz sem ela. Ela era seu sorriso. Ela era o seu sorrir. Ela era quem o fazia feliz. E ele não poderia modificar mais nada, pois mudou tudo ao ferir seu coração e perdê-la numa viela. Foi ele quem desmereceu todo aquele absoluto amor. Então, foi assim que ela mudou. Pela primeira vez em sua vida, ela era independente para sorrir. Ela aprendeu a ser verdadeiramente feliz. E só restam lágrimas, solidão e uma sapatilha furada... a mesma sapatilha que ela usou quando deu o seu adeus - mais uma vez, ele desacreditou. Ela soube que era aquele o momento exato de partir. E sem nem sequer olhar para trás, partiu.

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